Não serei seguramente um perito em cultura mondinense, mas já percebi que uma das suas marcas identitárias mais fortes muito deve à relação com o Brasil. Para lá partiram, no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, recente passado, os filhos das melhores famílias de Mondim. Ali constituíram fortuna de que, de certo modo, ainda hoje desfrutamos através de legados que marcaram o desenvolvimento social, deixando marcas no tecido urbano e social.
Mais recentemente ainda, a emigração para França (anos 60 do século passado), para a Suíça (anos 80 do mesmo século) e para Espanha (entrando já pelo novo século), trouxe-nos novos contributos, novos desafios culturais. O regresso dos que até meados dos anos 70 do século XX tinham em África todo um património material e afectivo, marcou também, até hoje, a paisagem social desta pequena terra, à semelhança aliás do que ocorreu por todo o Portugal Continental. Acredito firmemente que as trocas culturais como as que resultam desta “abertura”, tolerada ou compulsivamente aceite, tornam os grupos humanos, sociologicamente falando, mais robustos e capazes de enfrentar melhor os desafios do Tempo e da História.
As minhas desculpas.